sábado, 21 de fevereiro de 2015

Santificarás o Sábado

(Êxodo 20.8)

Por razões culturais, religiosas e teológicas as três principais religiões monoteístas do mundo guardam um dia da semana como o significado de descanso e reverência a uma só divindade: os judeus, o sábado; os árabes, a sexta-feira; os cristãos, o domingo. Mais que discutir o dia do descanso, o importante é observarmos o sentido do sábado, o seu descanso e a sua reverência para o Criador dos céus e da terra.

Nós que confessamos Jesus Cristo como Salvador, o domingo é o dia do Senhor. Observamos o domingo porque foi o dia em que Jesus de Nazaré ressuscitou dos mortos, a igreja primitiva se reunia para comer o pão e confraternizar-se com alegria, generosidade e singeleza de coração. Não foi Constantino quem inventou o domingo, esse imperador romano apenas o legitimou e oficializou uma prática de mais de três séculos guardada pela comunidade cristã primitiva.

Salva as exceções, o dia de descanso oficial no mundo ocidental é o domingo. Numa perspectiva bíblica e evangélica, neste dia deveríamos dedicar-nos a meditação espiritual, adoração ao Senhor com os irmãos, o convívio com a família e a visita aos enfermos.

O quarto e o quinto mandamentos são duas colunas que ligam os mandamentos teológicos com os mandamentos éticos. Os três primeiros preceitos do Decálogo dizem respeito à responsabilidade do homem com o Criador; os demais falam sobre o compromisso do homem com o seu próximo, esses sim, são mandamentos morais e, aqueles dois, apenas mandamentos naturais. A guarda do sábado fica entre esse dois grupos, pois a lei é clara em mostrar seu caráter social e humanitário e também sua função religiosa.

As controvérsias em torno deste mandamento se referem à sua interpretação. Existe o sábado institucional e o sábado legal, e quem não consegue separar estas duas instituições terminam radicalizando vendo apenas os extremos.

Toda a lei de Deus está em 613 mandamentos para os judeus, conforme está escrito no papel dada por Moisés, portanto, a lei de Deus não são os 10 escritos nas pedras. Para cumprir o preceito natural do sábado, foram inventadas 39 proibições para esse dia: coser, varrer, caminhar, cortar, assar, limpar, cozinhar, segar, ceifar, etc, etc. O próprio Jesus Cristo as resumiu em dois: Amarás teu Deus com todo o coração, todo seu entendimento e todo seu conhecimento e, o segundo, amarás o teu irmão como a ti mesmo. E esses não estavam nas pedras.

Em Êxodo 20. 8-11, Deus começa assim: “Lembra-te desse dia”, observa, não esqueça para santificar esse memorial da sua Criação. Em Deuteronômio 5.12, está escrito: “Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o Senhor teu Deus.” Primeiro Deus pede ao povo para lembrar e, depois pede para guardar, quase uma imposição, portanto, não é exatamente um preceito legal, até os verbos mudam, por isso, é realmente uma lembrança, um memorial.

Em Gêneses 2.3, Deus abençoou e santificou o sétimo dia para descansar da sua obra de Criação que acabara de fazer. Mas nós sabemos que Deus apenas descansou da Criação. “E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” (João 5.17)

“Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto. Onde vossos pais me tentaram, me provaram, e viram por quarenta anos as minhas obras.” (Hebreus 3.7-9)

Hoje é o Dia do Senhor, não foi ontem nem será amanha e, muito menos, no sábado já revogado pela desobediência e rejeição do povo judeu, ou mesmo, no domingo legal instituído pelo imperador romano Constantino. Desde o começo Deus já apontava e sinalizava que o nosso descanso não seria num dia da semana, porque o sétimo dia da criação havia começado sim, para completar Naquele que a sua obra fora criada e que Seu Filho reconciliou e restaurou toda a Criação com a sua morte e ressurreição. Jesus Cristo é o nosso sábado porque é Ele que completa a obra do Pai, Criador.

A igreja dos dias atuais precisa tomar muito cuidado para não fomentar crentes domingueiros, de campanhas e de correntes, carregadores de bíblias debaixo do braço e lançadores de moda da alta costura para esquentarem os últimos bancos da igreja. Para não falar na apostasia e nas errôneas doutrinas da prosperidade, da libertação e do dá lá toma cá.

(Estudo na Escola Bíblica Dominical, do dia 22/02/2015)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Propósito

"Todos os que fazem ídolos serão envergonhados e constrangidos; juntos cairão em constrangimento. Mas Israel será salvo pelo Senhor com uma salvação eterna; vocês jamais serão envergonhados ou constrangidos, por toda a eternidade. Pois assim diz o Senhor, que criou os céus, ele é Deus; que moldou a terra e a fez, ele a fundou; ele não a criou para estar vazia, mas a formou para ser habitada; ele diz: "Eu sou o Senhor, e não há nenhum outro. Não falei secretamente, de algum lugar numa terra de trevas; eu não disse aos descendentes de Jacó: ‘Procurem-me à toa’. Eu, o SENHOR, falo a verdade; eu anuncio o que é certo". (Isaías 45.16-19)

Tudo que Deus criou tem um propósito. Nada nesta vida é por acaso. O apóstolo Paulo na sua carta aos romanos diz que tudo que existe no universo fala, aponta e anuncia o seu criador, que é o próprio Deus. As obras divinas foram criadas tão perfeitas que não precisam da evolução.

As leis podem mudar, Deus não!

"Agora, ó rei, emite o decreto e assina-o para que não seja alterado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada".E  o rei Dario assinou o decreto. Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém. Três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus, como costumava fazer. Então aqueles homens foram ver e encontraram Daniel orando, pedindo ajuda a Deus." (Dn 6.8-11)

Quando o nosso Deus está acima de todas as circunstâncias, impecilhos e dificuldades qualquer desafio tem que ser motivo para nos aproximar mais dele. Não pode ser motivo de distanciamento. Quanto mais o mundo tenta nos afastar do nosso Deus mais forças devemos buscar dentro de nós mesmos para continuarmos firmes no caminho que nos leva para o nosso Deus. Não podemos ser orgulhosos nem presunçosos pensando que somos imunes a todo tipo de armadilhas ou lanços, pois, quando menos se espera podemos cair ou ser presos pelos inimigos que o mundo alimenta e esconde todos os dias da nossa vida. Não podemos nunca vacilar. A nossa vigilância ter que ser constante.
Temos que ter em nossa mente que o nosso Deus não valoriza a nossa inteligência, a nossa riqueza, o nosso talento, a nossa presteza para com os nossos irmãos, a nossa pontualidade nos cultos da nossa igreja, o nosso cuidado em dizimar ou em ofertar, o que Deus pede é a nossa fidelidade. A fidelidade e a disposição para obedecer a sua Palavra. Isso é tudo que precisamos saber a respeito do nosso Deus. Para agradar o nosso Deus precisamos ser fieis, assim como ele é fiel para nos livrar das artimanhas do nosso inimigo que nos rondando todos os instantes da nossa vida.
Daniel é um exemplo dessa fidelidade. Ele sabia que o seu Deus poderia livrá-lo daquela situação e, mesmo que não o livrasse daquela cilada ele continuaria sendo o Deus que o abençoou e protegeu grandemente durante todo o tempo que esteve a serviço dos algozes babilônicos.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Áquila e Priscila


A nossa casa pode se transformar em uma pequena igreja. Temos na Bíblia muitos exemplos de muitos homens e mulheres que, ao seguir o Nosso Senhor Jesus Cristo, marcaram a história do cristianismo com sua vida pessoal e seu ministério. Quero falar de um dos primeiros testemunhos da fé cristã. Trata-se do casal Priscila e Áquila, que tiveram um papel muito importante como colaboradores do apóstolo Paulo na implantação e expansão da Igreja primitiva nos primeiros anos da nossa era.

Os nomes de Áquila e Priscila vêm do latim, mas eles eram de origem hebraica (Atos 18.2). Áquila vinha da região do Ponto, uma província romana às margens do Mar Negro, hoje a Turquia, enquanto Priscila, cujo nome se encontra uma vez abreviado como Prisca (2 Timóteo 4.19), era uma hebreia proveniente de Roma. O primeiro encontro deles com Paulo aconteceu em Corinto, no início dos anos 50. Eles tinham se mudado para lá vindos de Roma, pois o imperador Cláudio havia expulsado todos os judeus da cidade. Como Paulo, Áquila e Priscila eram fabricantes de tendas, e já tinham abraçado a fé cristã em Roma, o que facilitou a aproximação deles.

“Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar. E, quando tiver chegado, mandarei os que por cartas aprovardes, para levar a vossa dádiva a Jerusalém. E, se valer a pena que eu também vá, irão comigo.” (1 Coríntios 16.1-4)

“As igrejas da Asia saúdam-vos. Muito vos saúdam no Senhor Áquila e Priscila, com a igreja de sua casa, dos quais sou hóspede.” (1 Coríntios 16.19)

É em Corinto, e também em um posterior retorno a Roma (Romanos 16.3-5), que este casal desenvolve um importantíssimo papel no âmbito da Igreja primitiva: eles acolhem na própria casa o grupo de cristãos locais, se reunindo para escutar a Palavra de Deus e celebrarem juntos. A casa de Áquila e Priscila torna-se, assim, verdadeira igreja para os fiéis. De Corinto, eles foram transferidos para Éfeso. Lá se ocuparam em discipular um judeu alexandrino chamado Apolo. De certa forma, ele já conhecia um pouco a fé cristã, mas "ouvindo-o, porém, Priscila e Áquila, tomaram-no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus" (Atos 18.26). Este discipulado foi determinante para que Apolo se tornasse alguém muito útil junto ao ministério do apóstolo Paulo.

Não somente pelos apóstolos, mas também graças à fé e ao empenho dos recém-convertidos e fiéis, como o casal Priscila e Áquila, foi que o cristianismo chegou até os nossos dias. Para que o Evangelho alcançasse o maior número de pessoas e crescesse saudavelmente, era necessário o empenho de cada cristão. E sempre, e somente assim, crescerá a Igreja. A lição que devemos aprender do exemplo de Áquila e Priscila é que cada casa pode se transformar em uma pequena igreja, família de Deus para todos os tempos. Foi na casa desse casal, onde Paulo ficou 18 meses, pregando a boa notícia no sábado, na sinagoga, para os judeus e, no primeiro dia da semana (domingo), para os pagãos e gentios. As primeiras ceias foram celebradas na casa desse casal, pois a primeira carta aos coríntios foi escrita quando Paulo estava em Éfeso, na casa dessa família:

“Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.” (1 Coríntios 11.23-28)